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sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Casa natal de Manuel de Arriaga, 1.º Presidente da República

A Casa onde nasceu o primeiro Presidente da República Portuguesa eleito, Manuel de Arriaga, que foi imagem neste post  e cujo o tema foi abordado neste blog, em Julho de 2007, como património construído em ruínas, foi incluída na Lista de Imóveis de Interesse Público dos Açores.

Votos para que a Casa das Florinhas, como foi conhecida, tenha agora uma oportunidade de recuperação da memória de Portugal. 

FAIAL FILMES FEST 2008: Sessões de Competição

Sexta-feira, 31 de Outubro;
Sábado, 1 de Novembro;
Sempre pelas 21:30 h no Cine Teatro Faialense...

  Sessões de Competição Regional e Nacional

Participe!
Apoie o festival destas ilhas, bem como os seus amigos e conhecidos desta terra que se aventuram a dar os primeiros passos no mundo maravilhoso  da realização de filmes...

Conheça o que jovens e experientes deste país realizam presentemente ao nível de curta-metragens.

O Faial Filmes Fest espera por todos nas sessões de Competição Regional e Nacional.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

FAIAL FILMES FESTE 2008: Ensaio Sobre a Cegueira

Casa superlotada para assisitir à ante-estreia de "Ensaio sobre a Cegueira" de Fernando Meirelles "Blindness" no original, na edição do Faial Filmes Fest 2008 e perante a presença do Realizador e dois Produtores, que fizeram uma exposição breve de aspectos que estiveram na base da concretização desta película.
Sendo eu um leitor de Saramago e tendo lido o livro há vários anos, era-me impossível ver o filme e mentalmente não o comparar com o romance. Mas a fidelidade em termos de mensagem, aspectos essenciais da estória, grau de perturbação psíquica e força das imagens é enorme. O filme respeita de tal modo o livro que por vezes adivinhava as cenas futuras mais próximas e o estado de choque do livro quase se repetia no cinema... uma fotografia de grande beleza, mesmo sem ser possível passar todas as reflexões íntimas do texto para a tela do cinema.
O filme, tal como o livro, continua aquele questionar de como é o comportamento humano em situações limite de colapso social, um exteriorizar da alma das pessoas. A mostrar que existe muito de bom no homem, mas infelizmente, muito... muito de mau está camuflado no seu interior e, em momentos de grande tensão, salta cá para fora e pode destruir qualquer sinal de humanidade nas relações sociais... um filme fortíssimo, a ver ou melhor, a não perder, mesmo para quem não tenha lido o livro.
À presença do Realizador e dos Produtores, pela honra que foi, pela projecção que deu ao FFF, pela consideração tida para connosco... fico imensamente grato... Obrigado!

terça-feira, 28 de outubro de 2008

FAIAL FILMES FEST 2008: Evocação a Dias de Melo

A edição de 2008 do Faial Filmes Fest, abriu com uma evocação ao escritor Dias de Melo, através das palavras de Sidónio Bettencourt e Victor Rui Dores.
Foi evidente que Dias de Melo, escritor neo-realista, que cantou como ninguém as dificuldades da vida dos baleeiros, não teve vida fácil, nem se rendeu às facilidades do mundo moderno e dos mídia... mas foi superior a tudo isto, teve ligações a grandes escritores e pensadores do país e dos vários cantos do mundo.


Reportagem recente da RTP-Açores sobre Dias de Melo

Na evocação a Dias de Melo, tão recentemente falecido, que amava a sua Calheta do Nesquim, as suas gentes e dizia "minha cidade da Horta", ficou claro que, pode nunca ter visto os seus livros passados a cinema... mas os seus textos são belas, duras e puras imagens de cinema...

domingo, 26 de outubro de 2008

FAIAL FILMES FEST 2008

O Faial Filmes Fest, o festival de curtas-metragens do Faial, uma iniciativa do Cineclube da Horta, cresceu, extravasou as suas dimensões iniciais, é agora um festival de curtas metragens das ilhas e onde se fala de longas-metragens nacionais e internacionais.
Nos próximos sete dias, 27 de Outubro a 2 de Novembro, na Horta, ir-se-ão conhecer realizações de curtas do Faial, das restantes ilhas dos Açores e de todo Portugal, além de duas ante-estreias de longas-metragens, uma do português Fernando Lopes e outra do brasileiro Fernando Meirelles e com a presença dos realizadores.


O spot publicitário do Faial Filmes Fest para Televisão

Contudo, a edição de 2008 do Faial Filmes Fest não se esgota numa visão restrita de cinema, como se pode ver no Programa, este festival envolve acções com a escola, música, homenagens a um realizador e um escritor açoriano e serve acolhimento ao XVII Encontro Nacional de Cineclubes.
Assim, parafraseando a própria organização: Faial Filmes Fest 2008 - uma cidade a transbordar de cinema.
Se estiver no Faial, participe no evento... se estiver no exterior, esteja atento aos OCS e à página do festival...

sábado, 25 de outubro de 2008

ENCERRAMENTO DAS COMEMORAÇÕES DOS 50 ANOS DOS CAPELINHOS

Após a sessão de encerramento oficial das Comemorações 50.º Aniversário do Vulcão dos Capelinhos, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, decorreu um grande Concerto de Música na igreja Matriz da Horta, a terminar com chave de ouro este período comemorativo de 13 meses.

O programa musical constava de duas partes, na primeira interpretou-se excertos da ópera Fidélio de Beethoven: o "Coro dos Prisioneiros" o "Quarteto do Primeiro Acto" e a "Abertura Leonora".
Na segunda parte e como a apoteose final: a Missa em Dó Maior de Beethoven.
Apesar da má qualidade do vídeo, cá vai uma amostra apenas para conhecimento da dimensão do evento, porque um concerto deste tipo deve ser mesmo ao vivo.


Este programa, só possível com a acção de Kurt Spanier, esteve a cargo da Orquesta Açores Camerata; do Coral de São José (Ponta Delgada); Mariana Leka, Soprano; Patrícia Quinta, Mezzo-soprano; Kurt Spanier, Tenor; Gregor Rozycki, Baixo; dirigidos por Walter Kobera, Maestro; e do coral Luís Pacheco Carreiro.

Prémios blogosféricos: blog brilhante


Em pouco mais de um mês este Geocrusoe ganhou três prémios e pela segunda vez o do Blog Brilhante, tal como já referi, não sou muito dado a este tipo de correntes, mas reconheço a importância para divulgar blogues que consideramos importante serem mais conhecidos, por isso, vou tentar não repetir as mesmas páginas da vez anterior... mas não garanto e assim abaixo vai a lista dos actuais premiados:

Blogosfera Faialense

Blogosfera brasileira

Blogosfera cultural e científica

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

50.º ANIVERSÁRIO DO VULCÃO DOS CAPELINHOS - O Fim

A erupção dos Capelinhos iniciou-se a 27 de Setembro de 1957 e no dia 24 de Outubro de 1958 foi observada a última emissão de materiais incandescentes faz hoje, precisamente, 50 ANOS.

Edifício vulcânico contruído pelo vulcão dos Capelinhos pouco após o termo da erupção (foto de Ferreira, O. Veiga, 1959, dos SGP e extraída do álbum do vulcão dos Capelinhos 2008 -DRAC)

À semelhança dos 13 meses de actividade eruptiva, entre Setembro de 1957 e Outubro de 1958, e do mesmo número de comemorações oficiais do 50.º Aniversário dos Capelinhos, entre Setembro de 2007 e Outubro de 2008, o blog Geocrusoe, ao longo destes últimos 13 meses, associou-se também à efeméride e procurou descrever e explicar, de uma forma acessível a todos, os marcos mais importantes desta erupção ocorridos sensivelmente 50 anos atrás. Hoje este ciclo comemorativo, iniciado com o post 50.º Aniversário do Vulcão dos Capelinhos - O Início encerra igualmente. Os vários post sobre este tema estão reunidos com a etiqueta Capelinhos.

Os primeiros sinais do início  da erupção do vulcão dos Capelinhos com emissões submarinas e descoloração da água do mar (Origem da foto indicada na imagem)

Poderão surgir outros post relacionados com os Capelinhos, quer de índole científica, como de produção cultural de eventos que entretanto ocorram, mas doravante deixam de fazer parte do ciclo e apenas integrados no espírito deste blog "impressões de um geólogo isolado numa ilha vulcânica, bela e cosmopolita".

Observação aérea do edifício final da erupção dos Capelinhos, o topo da linha de costa sensivelmente assinalado com um traço amarelo e o farol dentro de uma elipse a vermelho (Origem da foto indicada na imagem)

Importa recordar que o vulcão dos Capelinhos durante o seu período eruptivo foi uma catástrofe natural, com impactes sociais e económicos muito graves que se estenderam por muito mais anos. Deste fenómeno resultou não só a destruição de habitações, solos agrícolas e culturas, como também desencadeou uma intensa emigração para os Estados Unidos, Canadá e mesmo no Limpopo em Moçambique, que depois se abriu a partir de outras ilhas, o que se permitiu a muitas famílias um desenvolvimento económico que não teriam conseguido na sua terra natal, também provocou uma redução populacional muito significativa responsável pela dimimuição do dinamismo social e económico desta ilha.

O edifício vulcânico dos Capelinhos hoje, visto da zona do Farol

Felizmente, assim como o açoriano tem recuperado de muitas outras catástrofes e a longo prazo foi mesmo capaz de tirar proveito dessas situações. O Vulcão dos Capelinhos hoje é um marco turístico e científico desta ilha, com todos os benefícios económicos que daí resultam. É ainda um agente agregador de memórias colectivas e individuais um fermento de dinâmicas culturais que unem todos os estratos sociais do Faial, de tal modo que o legado do Vulcão dos Capelinhos é um elemento de orgulho dos Faialenses 50 anos após a Erupção dos Capelinhos. 

Edifício vulcânico dos Capelinhos visto do mar 50 anos após a erupção (foto propriedade da DR Ambiente)

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

ALBUM FOTOGRÁFICO DO VULCÃO DOS CAPELINHOS

Integrado nas comemorações do 50.º aniversário do Vulcão dos Capelinhos, hoje, dia 23 de Outubro, pelas 21:30 h, no Teatro Faialense, decorre o lançamento do Álbum Fotográfico do Vulcão dos Capelinhos e a estreia do documentário realizado por Brandão Lucas "Saudades da Terra".
Vista aérea do edifício vulcânico dos Capelinhos, pouco após a erupção.

Foto retirada de Machado, F. e Forjaz, V. H. (1968) "Actividadce Vulcânica do Faial - 1957 - 67" Ed. da Comissão Regional de Turismo da Horta.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

MOVIMENTOS DE MASSA EM CAMUFLAGEM ACELERADA

As ondas do sismo de 9 de Julho de 1998 provocaram um deslizamento na vertente externa a Noroeste do vulcão da Caldeira do Faial, uma zona constituída por material desagregado resultante de erupções explosivas (cinzas, areias e cascalho de pedra-pomes). Este ocorreu numa faixa com uma largura de 200 a 250 m, percorreu um comprimento que rondou 1400 m e estima-se ter mobilizado cerca de 500.000 metros cúbicos de rocha. 

A cicatriz do escorregamento é a escapa na zona central do topo da vertente (clique para ampliar)

Na época uma depressão e uma superfície altamente irregular assinalava o evento. Depois muito material foi arrastado pelas chuvas ao longo da Ribeira Funda, colocando em risco de soterramento as habitações situadas neste vale. Hoje, olhando a foto, este movimento de massas apenas está evidenciado por uma superfície escarpada no topo e por uma mancha acastanhada devido à falta vegetação ainda.
A cicatriz com contorno a vermelho, a área de material mobilizado está desprovida de vegetação

Na mesma zona, até já existem leitos de pequenos riachos, a superfície está suavizada e com um aspecto semelhante à zona envolvente verde, cor que atingirá se não ocorrer outro delizamento a curto prazo. Infelizmente o risco de novos movimentos de massa não terminou, apenas a natureza continua a camuflar, como sempre, os riscos que possui e a vestir-se sempre de uma forma tão bela que muitas vezes torna o homem incauto às catástrofes naturais.

Estudar, identificar os riscos geológicos e depois elaborar planos de prevenção, informação, gestão territorial e emergência são meios de reduzir os riscos geológicos característicos de regiões vulcânicas como nos Açores.
Na nossa Região compete ao CVARG efectuar os estudos de identificação e caracterização destes riscos geológicos.

domingo, 19 de outubro de 2008

ELEIÇÕES LEGISLATIVAS REGIONAIS DOS AÇORES

Porque muitos não sabem quantas ilhas os Açores têm, porque muitos ignoram o nome das ilhas açorianas, porque muitos desconhecem que temos mais sotaques que ilhas, porque muitos não conseguem sequer localizar o Arquipélago, porque hoje decorrem eleições legislativas regionais, porque o dever me chamou a presidir uma mesa de Assembleia de Voto e, apesar de fim-de-semana, não posso ficar por aqui... deixo-vos com o mapa destas ilhas a assinalar este dia eleitoral. 

Imagem tirada da Wikipédia (clique na imagem para a ampliar)

Para um conhecimento genérico destas ilhas, recomendo esta página da Wikipédia

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

POETAS E POEMAS ESCOLHIDOS II - Roberto de Mesquita

Casa natal de Manuel de Arriaga (Horta) - Primeiro Presidente da República portuguesa eleito

Ruínas

Como sois tristes, casas derrocadas,
Com vegetais daninhos por mobílias,
Esquecidas de todos, desoladas,
Sem o vivo bulício das famílias!

Enquanto os transeuntes vos encaram
Como cousas inertes e banais,
Com que amarga saudade vós cismais
Nos que em remotos dias vos amaram!

No vosso seio, 'squeletos carcomidos,
Como um velho doente e olvidado,
Geme asilada a alma do Passado,
Mas raros são os que ouvem seus gemidos.

(poeta da ilha das Flores, Açores)


quarta-feira, 15 de outubro de 2008

DEPÓSITOS DE VERTENTE COMO FAJÃS

Os vulcões não são os únicos construtores das fajãs nas ilhas do Atlântico Nordeste - a Macaronésia. Um outro fenómeno, por vezes catastrófico, também origina fajãs: movimentos de massa. Estes ocorrem por acção da gravidade sobre materiais pouco consolidados em vertentes muito inclinadas e, frequentemente, são desencadeados por chuvas diluvianas, terramotos ou explosões vulcânicas.
Estes movimentos de massa, conhecidos popularmente por escorregamentos ou deslizamentos de  terras, bem como por derrocadas, por vezes são responsáveis pela deslocação de grandes volumes de rocha e solo que se acumulam na base de taludes ou escarpados e designados por depósitos de vertente.

Fajã dos Cúberes, S Jorge, contorno convexo regular e circundada por calhau rolado e uma laguna

Nos Açores, as arribas costeiras são constituídas pela sobreposição de escoadas de lavas, mais ou menos fracturadas e por piroclastos desagregados (bagacinas, cinzas vulcânicas ou pedra-pomes), muitas vezes com grandes desníveis altimétricos, expostas na base à erosão marinha e sujeitas a chuvas intensas e às vibrações das explosões vulcânicas e sismos; factores propícios a ocorrência de grandes movimentos de massa, cujos materiais, ao se depositarem na sua base, dão origem a fajãs não relacionadas com deltas lávicos.

Laguna da Fajã da Caldeira de Santo Cristo, S. Jorge,  vê-se ainda outros depósitos de vertente dispersos

As fajãs associadas as movimentos de massa, frequentemente, têm um perfil costeiro semelhante a uma língua de terra de contorno convexo para o lado do mar, com curvatura suave e, por norma, bordejadas por uma cordão de calhau rolado. A sua superfície é relativamente baixa e plana, o que origina, nalguns casos, lagunas litorais, muitas vezes de águas salobras.

Três fajãs com origem semelhante sendo a central de menores dimensões, Sanguinal

A coalescência de várias fajãs próximas formadas por depósitos de vertente, pode originar uma única fajã alongada pela base da arriba, com contorno curvilíneo suave. As partes convexas para o mar correspondem aos locais alimentados mais intensamente por escorregamentos e as baías abertas ao mar são os intervalos de união entre as várias fajãs.

A Fajã dos Vimes, é evidente a coalescência de depósitos de vertente de diferentes escorregamentos próximos (foto de Wikipédia)

Apesar da sua grande beleza e independentemente da sua génese, as fajãs a longo ou médio prazo estão sempre expostas a elevados riscos de serem atingidas por novos movimentos de massa, vindos de terra, ou a serem galgadas pelo mar, em momentos de grandes tempestades ou maremotos, por isso são consideradas zonas de risco para se viver em permanência.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

OLHOS NA TERRA NATAL

Porque existe muito mais mundo para além daquele que é coberto nos noticiários dos órgãos de comunicação social portugueses...
Parliament Hill em Ottawa, sede do Governo Federal do Canada

Porque hoje há eleições federais na minha terra natal...
Peace Tower, símbolo do país na sede do parlamento federal

Porque não me esqueço que o Canadá foi onde tive o meu primeiro berço e do Canadá veio a minha primeira residência depois do sismo de 9 de Julho de 1998...
Rio Ottawa, visto da Peace Tower, separa o Canada francófono, à esquerda, do anglófono, à direita

Neste dia 14 não deixo de estar com os olhos e o coração no meu primeiro país e mesmo que hoje nem uma palavra surja nos OCS portugueses sobre o Canadá, Ele estará todo dia presente perante mim, independentemente das escolhas que o povo fizer para o seu e também meu Governo Federal.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

DELTAS LÁVICOS COMO FAJÃS

Já referi aqui os dois principais modos de formação de fajãs: superfícies, relativamente aplanadas e pouco inclinadas, situadas na base dos escarpados de antigas linhas de costa.
Hoje as imagens pretendem exemplificar a origem das fajãs em resultado de escoadas de lava que caíram pela arriba costeira, à semelhança de cascatas que, se tiveram grande caudal, mesmo depois da queda, conseguem avançar pelo mar ao nível da costa: delta lávico.

Parede lateral de escoada lávica que desceu a arriba costeira até entrar no mar (Calheta de São Jorge).

Escoada lávica que após a queda pela arriba conseguiu avançar ligeiramente mar adentro, formando um pequeno delta lávico (Queimada, São Jorge).

Fajã formada pelo avanço da escoada de lava, delta lávico,  na base da antiga arriba costeira, agora arriba fóssil (Queimada).

Pequeno delta lávico, como fajã, na base de uma arriba costeira com grande desnível de altitude (Fajã da Ribeira da Areia, S. Jorge).

Uma bela fajã instalada  sobre um delta lávico (Fajã do Ouvidor, S. Jorge).

Nos Açores, devido às fajãs formadas de um delta lávico ainda serem juvenis, frequentemente, estas apresentam um recorte costeiro anguloso e irregular. Muitas vezes possuem uma "parede" de lava pouco espessa ou com disjunção colunar a entrar directamente na água, noutras casos observam-se estruturas de erosão marinha directamente sobre a lava como: grutas, arcos ou superfícies de abrasão. Raramente existem extensos e espessos depósitos de calhau rolado junto ao mar.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

POETAS E POEMAS ESCOLHIDOS I: Antero de Quental


CONFORTO

A sorte só p'ra o fraco é dura às vezes!
P'ra o forte, que a virtude e crença alenta,
P'ra esse não há sortes nem reveses...

Porque após a bonança vem a tormenta,
Porque a noite sucede ao claro dia,
É força definhar em mágoa lenta?

Não! que aos males, que gera a fantasia,
O sábio opõe as íntimas venturas
Da virtude e da fé que em si sentia.

Não chores mais, poeta, as amarguras
Que só os bens da terra vão comendo:
A consciência é jardim onde as verduras
Mil perfumes p'ra o céu vão rescendendo.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

HORTA: ARQUITECTURA CONTEMPORÂNEA: Assembleia Legislativa Regional dos Açores

Estando a decorrer a campanha eleitoral para as eleições legislativas regionais dos Açores, opto por marcar este período apresentando o edifício sede da Assembleia Legislativa Regional dos Açores (ALRA), um marco na arquitectura civil contemporânea na cidade da Horta.

O imóvel em causa, construído na década de 1980, foi classificado como Imóvel de Interesse Público, pelo Decreto Legislativo Regional n.º 17/92/A, de 13 de Outubro e, como é frequente em projectos contemporâneos arrojados, a aceitação popular da sua arquitectura não é unânime. 
Trata-se de um edifício de planta rectangular, de 4 pisos, dividido parcialmente em dois corpos que se unem sob uma cúpula semi-esférica, situado num terreno inclinado, com várias componentes semi-enterradas, precedido de um pátio interior envolvido por galerias, com vários espaços ajardinados no nível superior e um anfiteatro na zona traseira do edíficios.

Frequentemente criticado por ser um edifício pouco aberto para o exterior e de  linhas muito rectilíneas, este imóvel, apesar da sua volumetria, não agride a sua envolvência e quando observado à distância integra-se na estrutura e malha urbana, sem gerar qualquer agressão paisagística.

No seu interior, além dos gabinetes de trabalhos, sala de plenário, passos-perdidos, espaços de reunião e conferências, bar e zonas de estacionamento, existem ainda numerosas obras-de-arte de autores açorianos, distribuídas por espaços acessíveis ao público. O imóvel está aberto a visitantes que, inclusive, por vezes, podem ser acompanhados por elemento habilitado para apresentar as obras-de-arte ali situadas.

Para saber mais e ver outras fotos deste magnífico imóvel, consulte a página do inventário do património do Faial e sobre o seu funcionamento a página oficial da ALRA.

sábado, 4 de outubro de 2008

AÇORIANOS QUE SE DESTACAM - VIOLINO

No Grande Concerto Sinfónico do Natal de 2007, na Horta, devido à minha posição no seio do público, fui despertado pela grande qualidade de um jovem, segundo violinista na orquestra, que dias depois soube chamar-se Rodolfo Vieira, um dos sete irmãos de um grupo famoso de jovens músicos dotados e residentes em São Miguel.
Mais tarde informaram-me que o Rodolfo estava a frequentar a Northwestern University em Chicago, precisamente em violino, agora sou informado de quatro vídeos de uma interpretação dele no YouTube e confesso que fiquei mesmo deslumbrado com este jovem dotado açoriano que espero que continue a ir cada vez mais longe, ora oiçam-no no Concerto em Ré de Stravinsky:


Toccata


Aria I


Aria II


Capriccio


O Rodolfo vai ainda representar a sua universidade num concerto, no próximo dia 5, em Washington, no Kennedy Center, que integra estudantes que são esperanças futuras das várias universidade nos Estados Unidos, como podem verificar nesta página 

Post dedicado a todos os jovens açorianos que se esforçam pela excelência da sua actividade musical ou outra...

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

A HISTÓRIA GEOLÓGICA DE S. JORGE III: A COBERTURA CENTRAL

Assim, após o vulcanismo inicial entre Ribeira Seca e o Topo e depois da migração desta actividade para a zona Noroeste até ao Rosais, eis que as erupções mais recentes se passam a localizar em alinhamentos também WNW-ESE na zona central da ilha, edificando cones cuja altitude máxima se situa na Manadas - Pico da Esperança. (clique nas imagens para ampliar)

A cadeia ao fundo formada de picos do complexo vulcânico das Manadas, vistos da Serra do Topo

O conjunto de materiais emitidos por este vulcanismo na parte central da ilha, que parece ter-se desenrolado nos últimos 100.000 anos, denomina-se Complexo Vulcânico das Manadas e as últimas erupções já ocorreram em períodos pós-povoamento da ilha, 1580 e 1808 AD.

Alinhamento de estruturas vulcânicas no eixo central do Complexo Vulcânico das Manadas

O Complexo Vulcânico das Manadas cobriu grandes áreas da metade oriental das lavas pertencentes ao Complexo Vulcânico dos Rosais que assim ficaram soterradas e entrou em contacto, acima do nível do mar, com o extremo ocidental do Complexo Vulcânico do Topo (para alguns da Serra do Topo), unindo, seguramente, São Jorge desde a ponta do Topo até à ponta dos Rosais.

O aspecto juvenil de cratera no cimo de um cone vulcânico nas Manadas

A juventude deste vulcanismo faz com que este esteja ainda pouco erodido, por isso a grande altitude do eixo central da ilha nesta zona, a enorme inclinação das vertentes a norte e a sul desta cadeia de vulcões e a preservação muito nítida das formas eruptivas e dos alinhamentos das bocas por onde jorrou lava e piroclastos.

O Pico da Esperança e as suas vertentes ingremes

As escoadas de lava, saídas destes cones alinhados, desceram, quer para as vertente norte, quer para as vertentes sul e cobriram os materiais mais antigos do Complexo Vulcânico dos Rosais ou formaram novas áreas da ilha de São Jorge.

Vertentes formadas de escoadas de lava que desceram até à costa sul

As últimas escoadas que progrediram para a vertente sul, entre as Manadas e a Queimada, desceram continuamente até ao mar e formaram um nova linha de costa que, devido à sua juventude, tem ainda um desnível muito pequeno.

Campos de lavas espraiados nas vertentes norte próximas do Norte Pequeno

As escoadas entre Manadas e Calheta a sul e, sobretudo, na costa norte, encontraram arribas costeiras com grandes desníveis de altura que em muitos locais se transformaram em arribas fósseis pelas cascatas de lava que aí se formaram.


Um delta lávico na base da arriba fóssil, com a sua fajã na costa norte da ilha

Várias dessas "cascatas" de lava, depois de caírem, prosseguiram ainda pelo mar dentro, dando origem a deltas lávicos, um dos métodos (não único) de se formarem as conhecidas fajãs de São Jorge.



Os morros das Velas, o da direita mais erodido, formados por erupções submarinas surtsianas

No extremo ocidental do Complexo Vulcânico das Manadas, o vulcanismo fissural desenvolveu-se numa direcção mais WNW-ESE, ligeiramente oblíqua à ilha, o que fez com que algumas das erupções ocorressem junto à linha de costa e já debaixo do mar, com as característica de actividade submarina do tipo surtsiano, semelhantes à dos vulcões dos Capelinhos, Costado da Nau e do Monte da Guia no Faial, - os Morros das Velas - estes são anteriores às últimas erupções da Caldeira por também estarem nalguns locais cobertos por pedra-pomes vinda da ilha azul.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

1.º OUTUBRO: DIA MUNDIAL DA MÚSICA

Neste dia mundial da Música...

quer seja erudita...

ou dita popular...

tocada predominantemente em instrumentos de sopro, metais e madeiras...

executada em instrumentos de corda com arco...

interpretada nas tecla e complementada com a voz...

como solista em espaços recatados...
ou em instrumentos de percussão em plena rua...

com instrumentos acústicos...

dançável ou bailável...

Fonte: Wikipédia

Ou mesmo com instrumentos electrónicos onde os decibéis penetram todos os músculos...

Àquelas que se aventuraram nas diversidades aqui não focadas,
bem como aos seus compositores,
a todos, os que contribuíram com a sua arte, deram o seu melhor e tornarem a minha vida muito mais agradável de ser vivida,
fica aqui o meu obrigado... e

BOM DIA MUNDIAL DA MÚSICA!