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domingo, 16 de agosto de 2009

DISJUNÇÃO ESFEROIDAL EM LAVA

Um visitante regular deste blog recentemente deslocou-se à ilha da Madeira e fotografou um afloramento rochoso que considerou singular, enviou-me a foto a solicitar a informação. Conclui tratar-se de um afloramento de lava com um avançado estado de Disjunção Esferoidal. Esclareci que tal também ocorria nos Açores, aqui vão duas fotos do mesmo fenómeno em São Miguel. (clique nas fotos para as ampliar)

Disjunção Esferoidal em rochas junto à orla costeira. Foto enviada por Solange Cabeças

A lava depois de arrefecer à superfície e ao sofrer a acção dos agentes de geodinâmica externa, pode sofrer um tipo de erosão que origina uma espécie de esferas concêntricas com camadas que se apresentam cada vez menos alteradas para o interior e um núcleo bem conservado. A rocha original entre estas esferam apresenta-se por norma também muito alterada quimicamente e desagregada fisicamente, ou seja, apodrecida.

Disjunção esferoidal exposta durante trabalhos de escavação no interior de São Miguel

Existe uma outra forma de disjunção em lava designada por disjunção prismática, muitas vezes desenvolvida em rochas ácidas, embora também surja em lavas básicas. Podem ver exemplares magníficos deste outro tipo de disjunção na ilha de Santa Maria neste post do blog Geodiversidade e o caso mais famoso mundialmente é a Calçada de Gigantes ou Giant Causeway na Irlanda do Norte.

No Faial existe alguma disjunção prismática no Altar da Caldeira que já foi alvo de um post no Geocrusoe.

9 comentários:

mb|Weblog disse...

Quem sabe, sabe. :)

MPMurad disse...

quem sabe, sabe (2)

Grifo disse...

:) disjunção prismática também existia na Madeira, e lembro-me de ouvir falar mas não visitamos... :)

Carlos Faria disse...

más há quem saiba mais

ao grifo
acredito que haja, mas como te disse nunca fui à Madeira, mas os casos da rocha dos bordões é muito conhecido turisticamente, enquanto o de santa maria não está tão divulgado apesar da sua grande beleza.

Grifo disse...

Gostei de ver... os dois... são lindíssimos... :)

J.P disse...

Cada post aqui no blog faz-me pensar que foi um grave erro ter mudado de curso, a Geologia é realmente uma disciplina fantástica.

Se calhar hoje éramos colegas :)

Carlos Faria disse...

ao grifo
ainda bem

ao JP
Quando escolhemos há sempre um risco, por isso não posso confirmar se a opção de mudança no teu caso foi boa ou má. apenas posso dizer: apesar de algumas dificuldades, se fosse para recomeçar não tenho dúvidas que seria novamente Geologia, aliás, nunca pensei noutra primeira opção até hoje.

Fernando Martins disse...

Caro Carlos:

Em Julho em Coimbra, numa Geologia no Verão, estive com um seu quase conterrâneo, que me falou de si - o Doutor José Manuel Azevedo - pode ver fotos dele no Geopedrados em:

http://geopedrados.blogspot.com/2009/08/os-percursos-da-agua-na-coimbra.html

Quanto a disjunção prismática, veja esta no PNSAC, perto de Rio Maior:

http://geopedrados.blogspot.com/2008/10/actividade-no-pnsac-de-2010-as-fotos.html

Um destes dias publico fotos de disjunção esferoidal em rochas magmáticas de Leiria...

Carlos Faria disse...

Já tinha visto o post de coimbra, efectivamente eu e o azevedo conhecemo-nos do liceu e a esposa era minha colega de turma. fomos estudantes em universidades diferentes mas em períodos quase sobrepostos, claro que ele tende a meter água onde eu meto vulcões ;)

Também vira o post com a disjunção prismática, aliás continuo fiel aos geopedrados com visitas quase diárias.

Fico a aguardar a disjunção esferoidal.