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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

VULCÕES DE LAMA - 2


Uma erupção relativamente suave com cone

Nas regiões vulcânicas, os cones dos vulcões de lama, por norma, são de pequena dimensão, altura de 1 a 2 m. A lama resulta de reacções das rochas com a água e os gases ácidos que circulam dentro da crosta em profundidade, originando a formação de argilas.
Posteriormente, a água quente e os gases sobre pressão ascendem à superfície através de fissuras que arrastam as argilas e originam estas erupções que podem ser calmas ou relativamente explosivas e projectam lamas mais ou menos fluídas.
Por norma, as estruturas construídas pelos vulcões de lama em regiões vulcânicas são de menores dimensões e não muito ricas em determinados gases.


Período de erupção mais intensa do vulcão Macalube que tem associado uma reserva natural na Sicília

Nas regiões de origem sedimentar existem muitas vezes em profundidade estratos de materiais argilosos que se formaram anteriormente à superfície de terra ou dos mares.
Se estas camadas estiverem sujeitas a esforços tectónicos, podem então surgir fracturas nas rochas que as cobrem, por onde os gases e a água são forçados e ascendem à superfície sob a forma de lama, construindo então cones ou lagos que podem atingir grandes dimensões.
As os jazigos de hidrocarbonetos (gases e petróleo) como são muito ricos em fluídos, muitas vezes também estão associados a este tipo de vulcões.

Em próximos posts espero continuar com mais algumas curiosidades e catrástrofes sobre o tema e informações de links para saberem mais do assunto.

8 comentários:

João (o anterior anonimato) disse...

Boas novamente;
E novidades sobre a estrutura encontrada ao largo?

Carlos Faria disse...

João
eu não trabalho na expedição, a minha acitividade é bem diferente. Divulguei uma notícia no post de 20de Dezembro que colocava duas hipóteses para a explicação de uma estrutura recém-descoberta nos mares dos Açores. Por opção, decidi dissertar sobre em que consistia uma delas: vulcões de lama. portanto se pretende informações sobre o "ovo estrelado" deve acompanhar a situação junto da Missão para a Extensão da Plataforma Continental Portuguesa e não num blog pessoal.
Quanto à eventual possibilidade de se tratar de um vulcão de lama, aqui já estão duas pistas: (1) podem existir nesta região e o mecanismo de formação está explicado; (2) por norma são pequenos, contrariamente ao referido na notícia que atribuia 6 km de diâmetro.
Mas há mais post sobre vulcões de lama, que podem levar cada um a pensar nas hipóteses postas em jogo sobre a origem do "ovo estrelado".

João (o anterior anonimato) disse...

Começo a duvidar de si quando diz "Quanto à eventual possibilidade de se tratar de um vulcão de lama, aqui já estão duas pistas: (1) podem existir nesta região e o mecanismo de formação está explicado; (2) por norma são pequenos, contrariamente ao referido na notícia que atribuia 6 km de diâmetro."
(2) por norma pequenos não posso concordar pois todos os casos bem documentados mostram que são formações com uma dimensão bastante considerável como é o caso dos existente na costa portuguesa, Bomjardim, Aveiro, Porto, Faro, Iberico...

Carlos Faria disse...

@joão
Não pense que eu vou colocar todos os post ao seu ritmo,no presente post deixei claro serem pequenos nas regiões vulcânicas, caso não saiba, os Açores são uma região vulcânica, os exemplos que mencionou, são na costa igualmente portuguesa do continente, que não tem vulcanismo activo há largos milhões (talvez num futuro mais ou menos longínquo volte a ter),onde a génese de VL não se deve relacionar com a de uma região vulcânica como a dos Açores.
Por isso deixe de andar a tirar frases do contexto do post e dos Açores.
A haver um erro, ele estava na resposta que lhe dei no dia anterior, onde deixei a dúvida de não existirem VL sem ter o cuidado de especificar a questão do tamanho que nunca havia sido focada.
Paralelamente, a série de posts, como lhe dei a entender, é para falar de VL e não para informar a origem do ovo estrelado, embora tal não impeça que se fale nos comentários.

João (o anterior anonimato) disse...

Exactamente mencionei na costa portuguesa que não apresenta vulcanismo, mas se quiser também posso mencionar os existentes no mar adriático, que estão em zonas vulcânicas activas...
O ponto crucial em que queria tocar é que mesmo que eles existam em zonas vulcânicas estão associados a zonas de convergência, e não de divergência interplacas, o que faz com que seja um pouco estranho darem a possibilidade de um VL ao largo dos Açores

Carlos Faria disse...

Já está satisfeito por adiantar o tratamento de futuros posts?

ematejoca disse...

Ainda há dias o 3Sat apresentou um programa sobre vulcões. É um tema muito interessante!
Gostei deste artigo sobre o assunto e dos respectivos vídeos.

Fiquei muito satisfeita ao ler o seu interesse pela Capital Europeia de Cultura.
O Geocruseo deve ser o único dos meus leitores a ler os textos futuros sobre o assunto.

Aqui na Alemanha tivemos este fim de semana o "Tief Daisy", que se foi embora na segunda-feira. Agora temos o "Hoch Bob". Pode-me traduzir esses dois termos: tief e hoch! Na linguagem corrente é baixo/profundo e alto/elevado.
Qual é o termo adequado?
Obrigada!

Carlos Faria disse...

Pois o meu alemão é muito básico, sei as regras gramaticais essenciais, alguns mecanismos da língua e algum vocabulário.
Em textos simples que sei o tema consigo perceber, em obras musicais mais complexas que conheço as traduções, consigo associar as frases muitas vezes, é o que se passa com wagner depois das legendas em inglês.
Tive de parar de aprofundar o alemão por falta de tempo, estou a tentar voltar mas é difícil.
Ao princípio associei Tief à depressão meteorológica, mas nesse caso o hoch deveria trazer bom tempo e seria uma Alta pressão, mas não sei se o Hoch Bob é para bom tempo.