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sábado, 9 de julho de 2011

Memórias de 9 de Julho - 13 anos após sismo na Ribeirinha

Foto de Conceição Quaresma - clique para ampliar

Numa região sísmica, cada dia que passa é mais um após o último terramoto e menos um para o que se avizinha, que não se sabe quando e onde ocorrerá.
Consciencializado para o risco sísmico, sabendo que nesta região ocorre por norma um evento com estragos avultados em quase todas as décadas, que o último fora a 1 de Janeiro de 1980, há mais de 18 anos, perguntava-me pelo próximo, mas esperava calmamente e estudara abrigos em casa.
Na madrugada de 9 de Julho de 1998 adormecera calmamente após iniciar a leitura de um novo livro: "Caos" de James Gleick... às 5h19 uma trovoada do interior da terra acorda-me e imediatamente penso: Aí vem ele!
Num salto abrigo-me debaixo de uma escrivaninha e prossegue o ribombar acompanhado de um abanar cada vez mais forte, a minha setter procura protecção ao meu lado... ouço louças a partirem-se dentro de casa, depois um solavanco assustador e apercebo-me de paredes a desmoronar perto de mim e então vejo o guarda roupa no ar a projectar-se em minha direcção... sei que é o meu último momento... mas não foi!
Tudo abana, a mobília protegeu-me e numa eternidade com menos de vinte segundo tudo se foi acalmando. Fui um sortudo... outros não, mas nunca mais serei o mesmo.

2 comentários:

Pedrita disse...

no brasil há pouco risco sísmico então nem sabemos lidar em questões como essa. beijos, pedrita

Carlos Faria disse...

Acredito, mas o risco não é nulo no Brasil, sobretudo no interior... mas existem aí outros perigos que nós não sabemos lidar também convenientemente.