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quinta-feira, 28 de março de 2013

A Fugitiva - Marcel Proust

Na sua escrita de memórias do tempo, o narrador mostra como o "eu" evolui e se transforma noutros "eus" que se vão acumulando ao longo do tempo. Começa com as angústias do fim brusco e indesejado de um amor e a respetiva cura pelo esquecimento, fruto da forçada separação e ausência do ser amado. Encerra com o nascer de uma amizade por um amor terminado em esforço e vontade do apaixonado, agora em resultado do reencontro posterior e convívio com o ser que fora amado.
Nos espaços destas memórias, Proust aproveita novamente para falar de arte, agora no domínio da pintura e arquitetura da renascença e para fazer uma crítica aos vícios dos vários estratos sociais, com predileção para a aristocracia, feita de uma forma mordaz, irónica e descrita com uma mestria genial, sem abandonar a omnipresença dos preconceitos que de forma mais ou menos camuflada sobrevivem e convivem em sociedade.
Escrito de uma forma mais célere que os primeiros volumes, foi um livro que muito gostei e com uma leveza que facilita a leitura, sente-se o receio do autor em tentar dar um potencial final à estória narrada ao longo dos vários volumes anteriores, caso a saúde o impedisse de completar o romance, embora deixe uma porta aberta para continuar, caso tivesse a oportunidade de concluir o volume em que Proust deverá encontrar o tempo perdido...

1 comentário:

Pedrita disse...

como disse o meu preferido é no caminho de guermantes. mas todos são fascinantes. por esse ser de mais ágil leitura, me dava mais tristeza q a agilidade me aproximava de um fim q eu não queria, queria ter livros pra sempre pra ler desse brilhante autor. beijos, pedrita